domingo, 27 de fevereiro de 2011
MARIDO PEQUENO E MULHER FORA DO PESO
- Cheguei a uma conclusão: marido é que faz a gente engordar. Quando solteira, eu era linda, leve e solta! Mas, agora?...
E outra:
- Marido pode ser pequeno, mas amante tem que ser grande.
Até aí, nada demais! O problema é que izildinha acreditava mesmo nas suas teses e as propagava para quem quer que fosse, onde quer que fosse, inclusive nas reuniões da família.
O pobre do Vavá, humilhado, reclamou do comportamento da mulher, em tom nostálgico:
- Antes de nos casarmos, era barzinho, MPB e marguerita. Agora, você só ouve funk, sertanojo universitário e só que saber de boate e bebidas extravagantes. O que aconteceu conosco?
Para izildinha, discutir a relação deveria ser um pedido dela e não dele. Ele estava invertendo os papéis. Além disso, ela não estava a fim de ter esse papo. Encerrava a conversa, dizendo que Vavá era um chato, que não valia mais a pena discutir, que o sexo andava ruinzinho e que as coisas não estavam mais fluindo como ela planejara.
Vavá contra-argumentava, dizendo tê-la escolhido para ser a mulher ao lado de quem ele gostaria de envelhecer.
E ela:
- Então, conseguiu. Velho você já é. E, tô aqui, num tô?
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Onça pintada ou pavoa? Dança ou não dança?
Não gostava que izildinha usasse óculos escuros. Dizia que, em vez de realçar a beleza dela, aquilo só encobria sua beleza natural. Vavá era apaixonado pela mulher. Considerava-a linda e dizia que ela não precisava de ornamentos para ser encantadora.
Mas, izildinha nem ligava. Carregava tanto na maquiagem e nos penteados, que ficava parecida com uma pavoa. E os óculos, então, pareciam um outdoor, cobrindo-lhe praticamente todo o rosto.
Dizia que o marido estava era com ciúmes e que ele não queria que ela ficasse bonita. Dizia que se arrumava daquele jeito para ele, embora Vavá se declarasse contrariado e constrangido com toda aquela quinquilharia (jóias e semijoias enormes, salto alto, saia curta, pulseiras, braceletes, tudo e sobretudo).
Ela era chegada a plumas, paetês, chapéus e colares. Tudo muito cheio de brilho e lentejoulas, lembrando as fantasias carnavalescas. Ela era realmente uma peça alegórica com aquilo tudo, carregado de exagero, inclusive no estilo de se vestir.
Dizia que os óculos a faziam parecer mais poderosa:
- Poderosa não! Bandida! Aliás, bandida não! Chefe da quadrilha!
Para fazer mais o tipo, decidiu pintar o cabelo de loiro, depois de vermelho pica-pau, de roxo... E, assim, era como se, a cada mês, Vavá trocasse de esposa. Ele não estava gostando nada daquela extravagância. Mas, seu desconforto não importava para ela.
Contudo, o problema maior foi quando izildinha começou a aparecer em casa, toda semana, com uma fantasia nova. Eram fantasias de onça pintada, tigresa, máscaras (grandes e pequenas), enfermeira, professora, colegial, mulher-gato e até um brinquedinho surgiu no meio dos objetos encantadores.
Questionada pelo marido, ela disse que era tudo para agradá-lo e apimentar a relação dos dois. Vavá aceitou a versão da mulher.
Até que, um dia, descobriu entre as coisas dela, paramentos para dança do ventre: véus multicoloridos, saias e até um CD com músicas típicas da dança. Ele Pediu, então, para que izildinha dançasse para ele. Mas, ela, disse que estava apenas no começo das aulas e que ainda não estava preparada para a apresentação.
Vavá, surpreso, disse:
- Mas eu não sabia que você estava fazendo aulas de dança!
É sempre assim. Marido é o último a saber.
Afinal, dança ou não dança? Dançou!
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Tá virando gringo agora?
Muitos reclamaram: “Não é o possível que o caráter dessa mulher seja totalmente negativo. Ela deve ter alguma coisa boa. Todo mundo tem!”.
Bem, então, tive que pensar durante duas semanas, em busca de uma boa ação de izildinha. E, achei. Ela fazia uma coisa boa, que era estudar. Fazia cursinho e estudava Inglês.
Mas, tinha um porém. O cursinho dela não era muito convencional. Começava às 22 horas e ia até de madrugada, no outro dia. Funcionava num casarão muito chique, com muros altos, cerca elétrica, interfone, portão eletrônico, piscina, churrasqueira, pista de dança, vários quartos, sala de vídeo... E tinha sempre seguranças armados na portaria. Mais parecia um clube privê.
Enfim, izildinha pagava as matrículas e mensalidades regularmente, até que, um dia, disse ao marido que, por seu desempenho, havia ganhado uma bolsa de estudos, cujo valor seria depositado em um cartão de crédito, personalizado.
O marido achou estranho, mas, compreensivo como era, preferiu não impedir a mulher de estudar. E, assim foi, por um ano letivo inteiro.
Certo dia, izildinha retornava do cursinho, por volta da 5 da manhã, e o marido resolveu testar o seu desempenho lingüístico, perguntando-lhe:
- “And then, how was your class? What did you learn today?”
E ela respondeu:
- Não enche! Não vê que eu tô com sono, com dor de cabeça! Tenho que ir dormir agora! Que saco! Que que é? Tá virando gringo agora?
- - - -
P.S.
Tradução do Google:
- E, então, como foi sua aula? O que você aprendeu hoje?
- And then, how was your class? What did you learn today?
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
O freio de mão tá solto!
- Podem me chamar para as festas. Tá liberado. O freio de mão tá solto!
Passou a disputar a popularidade com as coleguinhas solteiras do trabalho. Passou a andar “sempre em boa companhia” e a tratar os colegas por Senhor Delíciaaaaaaa!!!!! Ninguém escapava: do porteiro, do borracheiro, do mecânico, ao alto escalão da diretoria.
Puxava a convocação para as festinhas e para os festões. Era a primeira a chegar e a última a sair. Dançava com todos e qualquer um. Sempre acompanhada da sua taça de cerveja com o símbolo do Palmeiras.
Não era muito discreta e nem muito discricionária. Gostava de fotografar os adversários e publicar as fotos do encontro no Orkut, sempre com depoimentos picantes e empolgados.
- Isso é que é vida!!!!, dizia.
Final de festa não é para qualquer um! Só os fortes agüentam. Nas festas da família “D”, lá estava Izidinha empunhando sua taça de bebida e dançando Créu, enquanto muito marmanjo já estava estirado de bêbado pelo chão!
Créu! Créu! Créu!!!!! ...
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
EU QUERO CONHECER O CAPETA!
Izildinha não era dessas. Aliás, era daquelas! Daquelas religiosas, vestidão longo, perna cabeluda, cabelão comprido, evangélica mesmo!
Fabão, pagodeiro, garoto esperto, só respeitava a mãe do papa. Com ele, não escapava ninguém.
Um belo dia, mera coincidência, saindo do trabalho com seu Monza cor vinho, topou com Izildinha no caminho. Ofereceu carona e ela, quem diria, inocentemente, aceitou.
Fabão, fazendo-se de tonto, tocou pra saída de Cuiabá. Chegando nas proximidades do Tudo Certo, Fabão ameaçou entrar no motel. Izildinha então entrou em pânico, ameaçando se matar, jogando-se do carro, caso Fábio não fizesse o retorno.
Mesmo assim, Fabão entrou no motel, passou pela portaria, pegou a chave e foi para o número 13. Izildinha ameaçava gritar, chorava copiosamente, pedindo pelo amor de Deus, para que Fábio a levasse embora.
Carro parado bem em frente à porta de entrada do apartamento, Izildinha desceu do carro e começou a correr pelo pátio como uma maluca.
- O capeta mora aí dentro! Pelo amor de Deus me leva pra casa!
Fábião não quis arriscar sua integridade moral, Catou a moça pelo braço, colocou-a com toda a delicadeza dentro do carro e foram embora.
Desde então, Fabão não suportava nem ouvir falar o nome de Izildinha.
- “Aquilo é uma histérica maluca. Falta de sexo”, dizia ele.
Um Mês depois, no pátio da empresa, horário de saída, Izildinha resolveu pedir uma carona para Fábio. Meio ressabiado, ele concordou. Como quem não queria nada, perguntou a ela:
- Pra onde?
E, para sua surpresa, ouviu a seguinte resposta:
- Me leva pra aquela casa cheia de luzes na frente. Eu quero conhecer o capeta!
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Uma moça de família e uma mulher de caráter
Com o último, ela escancarou, ao permitir que:
1) O ricardão esquecesse os chinelos no quarto de dormir e, depois, deu para o marido calçar;
2) o ricardão esquecesse um toco de cigarro na churrasqueira, sendo que ela e o marido não fumavam;
3) o ricardão esquecesse na gaveta da cômoda camisinhas de várias cores e vários sabores, sendo que ela e o marido (perigosamente) não costumam fazer uso desses artefatos.
4) Se deixasse fotografar em reuniões de trabalho (Feirões), com os colegas (muitos) apenas do sexo masculino. As poses, quase sempre, tinham formato de sanduíche, e Izildinha sempre era a salsicha dos “amigos dos peitos”.
5) nas festas de família, os mais chegados costumavam brincar com Izidinha, beliscando-lhe as testas, ou passando-lhe a mão na bunda...
Mas, ela jura por tudo que é mais sagrado, que é uma moça de família e uma mulher de caráter.